Cantar às almas do Purgatório
“Cantar as Almas Santas” - Quaresma
Pela Quaresma, o início da tradição era junto à capela, os dias seriam às quartas-feiras à noite e domingos após o almoço, retomava-se, na próxima vez onde se tinha terminado. Cantava-se para angariar esmolas, (milho, azeite, dinheiro) pois era uma aldeia religiosa e que acreditava que a vida não terminaria no mundo humano, o milho e o azeite eram vendidos e com o dinheiro mandavam rezar missas em honra das almas do purgatório, estando assim a ajudar as "almas perdidas a encontrar o seu caminho para junto de Deus", pois quem "andava perdido nos mundos do além precisava que rezassem muito por eles". Era obrigatório cantar em todas as casas habitadas estivessem ou não.
O grupo destinava tarefas, um andava com o saco para o milho, e outro com uma lata para o azeite, e a cada ano era dada a tarefa a duas pessoas para serem os fieis depositários, estes, tinham de voltar às casas que não deram as esmolas, pois, podiam não estar ou até estando na cama e não se terem levantado, e claro todo o grupo tinha de cantar.
A rapaziada gostava de molhar o bico, com um copito de vinho em todas as casas, até porque "cantar faz secar a gargantinha" . As pessoas que não saciassem a suas sede, em Outubro, iam à sua vinha e comiam-lhe as uvas.
Esse cântico, que é composto pelas seguinte quadras:
Pela Quaresma, o início da tradição era junto à capela, os dias seriam às quartas-feiras à noite e domingos após o almoço, retomava-se, na próxima vez onde se tinha terminado. Cantava-se para angariar esmolas, (milho, azeite, dinheiro) pois era uma aldeia religiosa e que acreditava que a vida não terminaria no mundo humano, o milho e o azeite eram vendidos e com o dinheiro mandavam rezar missas em honra das almas do purgatório, estando assim a ajudar as "almas perdidas a encontrar o seu caminho para junto de Deus", pois quem "andava perdido nos mundos do além precisava que rezassem muito por eles". Era obrigatório cantar em todas as casas habitadas estivessem ou não.
O grupo destinava tarefas, um andava com o saco para o milho, e outro com uma lata para o azeite, e a cada ano era dada a tarefa a duas pessoas para serem os fieis depositários, estes, tinham de voltar às casas que não deram as esmolas, pois, podiam não estar ou até estando na cama e não se terem levantado, e claro todo o grupo tinha de cantar.
A rapaziada gostava de molhar o bico, com um copito de vinho em todas as casas, até porque "cantar faz secar a gargantinha" . As pessoas que não saciassem a suas sede, em Outubro, iam à sua vinha e comiam-lhe as uvas.
Esse cântico, que é composto pelas seguinte quadras:
Recordais friais que estais
Nesse sono que estais, Que vos bate Deus à porta Vós dormindo acordais. |
As almas do purgatório
Elas vos mandam pedir, Que lhe deis uma esmola Para do fogo sair. |
Quem na glória houver de entrar
Ela aos bons está prometida, Vida nova começar Vida nova nova vida. |
Ajoelhemos por terra,
Já não somos os primeiros, Vem na nossa companhia Jesus Cristo verdadeiro. (dentro de casa ajoelhar) |
À porta das almas santas
Bate Deus a toda a hora, E as almas lhe respondem Ó meu Deus que quereis agora. |
Quero que deixeis o mundo
que nós vamos para glória. |
Ó meu Deis ó meu senhor
Ai Jesus quem se lá via, Na companhia dos anjos Mas também da virgem maria. |
Muito me pesa o senhor
Muito mais me háele pesar, Ainda não está preparado Para nos acompanhar. |
Ó sacrário tão lindo
Ouro tão belo empregado, Onde o bom Jesus já esteve, Nove meses consagrado. |
Já o sacrário está aberto
Já o senhor lá está dentro, Já podemos adorar Ao divino sacramento. |
Ao divino sacramento
Companheiro do Senhor, Acompanha as nossas almas Quando deste mundo for. |
Quando deste mundo for
Desta vida se apartar, Quem boas obras fizer Lá no céu as há - de achar. |
Bendito e louvado seja
A Santíssima Trindade, Quem por nós veio ao mundo, Virgem Mãe da Piedade. |
Virgem Mãe da Piedade
A devoção nos obriga, Rezemos às almas santas Rezemos com alegria. |
Atormentados e dores
De contínuo padecer, Assim são as almas sãs No purgatório a arder. |
Homem mulher e menino
Neste fogo alditório, Dai a esmola se puder Às almas do purgatório. |
Dai a esmola se puder
Se com devoção a dais, Já lá têm vossas mães Vossos filhos e vossos pais. |
O São Lázaro vos pede
Que lhe não deem as fazendas, Que lhe deem as migalhas Que crescem das vossas mesas. |
Esses bens que possuírem
Reparti-los em vossa vida, Lá houver de achar em glória quando fores às partilhas. |
A esmola que nos dais
Não cuidais que não a comemos, É para a missa é para as almas Devoção que nós trazemos |
As almas do purgatório
É um bem que nos lembremos, Nós havemos de acabar Sabe Deus para onde iremos |
Nós havemos de morre
Nós devemos de acabar, Nós havemos de dar contar Aquele estreito lugar. |
Ó Virgem Nossa Senhora
Nos aceita estas passadas, Nós por aqui andamos dando Para remédio das nossas almas. |
Se nos derem a esmola
A darei com devoção, Dos anjos terás o prémio Do senhor a salvação. |
Aqui estamos à vossa porta
A cantar uma oração, Nos venham dar a esmola Que de Deus vem o perdão. |
Nós havemos de ir ao Céu
Por umas continhas brancas, Dai a esmola se puder Às benditas almas santas. |
Ó almas santas benditas
Peçam ao nosso Senhor Que esta nossa oração Seja em vosso louvor. |
Em vosso louvor será
Em vosso louvor seria,
Pelas almas santas o pai nosso
Por elas a Avé Maria.
Em vosso louvor seria,
Pelas almas santas o pai nosso
Por elas a Avé Maria.
Todos
Ó virgem vem na nossa companhia
OBS: Para quem não deu a esmola, ou afugenta o grupo de cantares, embora segundo os mais antigos digam não se recordarem de conceberem o próximo cântico, atualmente como sinal de descontentamento é realizado já na fugida à próxima casa .
Não quiseste dar a esmola
Não terás devoção,
Lá irás para o inferno
Para dentro do caldeirão.
Não quiseste dar a esmola
Não terás devoção,
Lá irás para o inferno
Para dentro do caldeirão.